2012/04/07

Os Orates

Que são os escritores a não ser um bando de loucos?

Uma história nada mais é do que uma loucura criada na mente de um insano, que não foi capaz suficiente de coloca-la em prática em sua própria vida, assim tal doido, representa seus devaneios em papeis ou nos dias de hoje, arquivos e blogs.

Tudo que esses doidos escrevem necessariamente eles vivem, em seus íntimos, nas suas entranhas. Voam, correm mais rápido que o som, não envelhecem, vão e voltam para o futuro, xingam os presidentes, escarnecem da sociedade, amam, lutam contra orcs, desvendam crimes, matam e torturam suas vítimas, sentem prazer e vergonha, tudo isso primeiro neles, depois em seus contos, poesias e livros.

Só tenho dúvida se o ato de escrever é para aliviar ou para aumentar de suas alucinações. Sendo leitor, durantes algumas horas, dias ou dependendo até semanas, você já pensa naquele amontoado de páginas como sendo um amigo seu, companheiro de grandes momentos, então quanto mais esses temerários que mastigam, vomitam e ruminam durantes infinitos instantes suas histórias. Alguns devem coloca-las no mundo físico, em forma de registro, talvez para eterniza-las, talvez para que possam sempre que houver disponibilidade, visitar o tão maravilhoso mundo de suas mentes. Outros simplesmente vão construindo esses fabulosos delírios a cada palavra e linhas escritas. O fabuloso mundo da insensatez vai se criando junto das palavras gravadas à máquina de escrever ou canetas esferográficas em guardanapos. Enquanto outros sentem o alívio de se livrarem de todas as vozes que ficam ecoando em suas mentes, repassando, transferindo, aqueles sussuros que lhes atormentam ao papel, para que esse atormentem a outros.

A ainda uma outra possibilidade, a vontade de compartilhar sua demência com outros desequilibrados como eles, mas na qualidade de passivos. A possibilidade de originar legiões, de criar uma rede de alucinados que desfrutem e saboreiem de seus desatinos.