2010/12/30

Eu comi o amor!

Eu comi o amor!

Senti cada pedaço moreno entre meus dentes

Ele foi triturado,

Liquidificado,

Misturado a saliva,

Vagarosamente deliciado por um homem faminto.



Tinha um gosto adocicado,

Meio amargo.

Prefiro sempre o meio amargo,

Assim posso apreciar inteiramente sem enjoar.

Completamente saciado no final do ultimo pedaço,

Sentido no meu sangue fluir rajadas de endorfina.

2010/12/18

Ednilda

Eu também te amo! Respondi.

Falei com todo o sentimento, saiu do meu coração, da minha alma, dentro dos meus rins, encéfalos e fígado. Em meio ao suor, a respiração ofegante, entre suas pernas abertas, mordendo os lábios e apertando sua mão e seus seios.

Fazia sentido. Tinha certeza, tinha razão. Poderia ficar o resto da eternidade ali, sentindo o calor e o regozijo, entre os carinhos, afagos e beijos apaixonados. Entre o cheiro dos corpos melados. Entre os cabelos e os gostos salgados. Era sublime, era amor!

Depois sobraram os carinhos, olhando nos olhos, com a mão na sua testa, observando o preto dos seus olhos e o rubro dos cabelos. Sentindo a pele, as pernas e os pés, entrelaçados com os corpos pressionados um contra o outro. No ritmo compassado da respiração. Ainda tinha certeza que podia passar o resto da vida ali, junto.

Mas ela se levantou e saindo do banho perguntou: “Nóis vai que hora embora?”. Como eu odeio esse sotaque caipira nordestino com o seu português favelado. No exato momento lembrou não suportaria mais do que aquelas poucas horas ouvindo ela falar.

"Eu te amo meu amor", ela disse, eu pensei, menti: “Eu também te amo!”

2010/09/18

A Parábola Da Última Maçã da Macieira

Leo: Você já ouviu a Parábola da Última Maçã da Macieira?

Ana: Não.. Conta!

Leo: Diz-se que existia uma macieira, cheia de maçãs. Todos chegavam e pegavam uma maçã daquela macieira.
Uns pegavam as que estavam caídas no chão, pois era muito mais fácil de pega-las, outros já preferiam as maçãs que estavam nos ganhos mais próximos.
Tinha uma maçã...

Ana: ...

Leo: Que ficava no topo da árvore, porém ninguém se arriscava a subir até lá para colhe-la. Pois era muito mais difícil.

Ana: Sim

Leo: Mas reza essa lenda que era a maçã mais gostosa de todas, a melhor maçã.

Ana: hum...

Leo: Então, comparam essa lenda as mulheres

Ana: Sim...

Leo: Na minha versão da História do Pé de Maçã, as coisas são um pouquinho diferentes!

Ana: Hummm!

Leo: Primeiro que quem deve ter pensado nessa anedota, deveria ou ser um cara que não comia ninguém, dizendo que um dia ia pegar a maçã de cima, ou uma mulher que nunca deu na sua amargurada vida, com a desculpa de que era a última maçã.
Outra coisa, pegar as maçãs do chão, realmente “é foda” mesmo, mas sempre tem maçãs deliciosas que ficam bem ao alcance dos nossos braços.
Além do que, às vezes, você irá “se fuder todo” pra subir até o topo da macieira, se ralar, se machucar, pode cair e se quebrar, para chegar até a última maçã. Então quando você vai experimentá-la essa última maçã está “bichada”, é ruim, está amarga ou rançosa... E vôce teve maior trabalho por nada!

Ana: Nossa...que comparação !

Leo: Por isso que tem mulher que fala que homem quando consegue as coisas que queria sai fora.
Nem sempre isso é verdade!
Ocorre que as vezes o cara “se fudeu” pra pegar aquela “maçã lá do alto”, teve que escalar até lá, a árvore inteira, e quando finamente consegue “pegar a maçã”, ela está dura, seca, esturricada do sol, de tanto tempo que ficou lá no alto... Ai o cara desiste mesmo.
Não existe uma lei, uma ordem que rege o sabor das maçãs.

Ana: Hum!...

Leo: A moral da historia é:
Na hora que você sentir o sabor da maçã, ela tem que agradar o seu paladar, não importa o quanto você teve que subir na árvore para come-la! =D
Fim
Versão Leo da anedota da maça! xD

Ana: Hahahahahahaha “no coments” viu !

Leo: Hahhaha. Não!
Eu quero o seu comentário sobre a Parábola da Última Maçã da Macieira, versão Leo.

Ana: Rsrs.
Concorda que se você não correr o risco nunca vai saber? Mesmo ele se arrebentando todo pra consegui-la?

Leo: Concordo

Ana: Você tem q correr o risco de se agradar ou não.

Leo: Por outro lado, eu poderia “ta” me deliciando de varias maçãs deliciosas ao invés de ficar trepado como um macaco numa arvore.

Ana: Sim...mas concorda que sem esforço algum... tem uma hora que enjoa... perde a graça as maças do chão, pois a facilidade tira o prazer da coisa? Rsrs!

Leo: Não. As maças no chão estão podre!
Concordo com isso.
Mas precisa subir lá em cima pra pegar a última, bem aquela que está no final de todos os galhos?
Tem que dar emoção, não ser uma chatice.

Ana: Simmm...concordo !
Mas concorda que a trajetória até lá pode não ter tanta emoção, mas quando você chegar lá em cima e experimentá-la pode se surpreender e dizer que o esforço valeu a pena?

Leo: É questão de risco.
Eu acredito que a anedota original dá credito demais as escalada, e tira o credito das maçã que estão no meio do caminho, que na maioria das vezes são as melhores maçãs

Ana: Simmm...pra quem gosta da "maioria", sim.

Leo: É talvez... Pra quem gosta de maçã!
Tem gente que gosta é de subir em arvore! =D

Ana: Sim...
Concordo...
Rsrs

Leo: Mas deixando as maçã de lado...
Semana que vem eu to ai! \o/

2010/05/11

Apenas o Necessário

Na próxima semana seria o aniversario de casamento, 16º aniversário. Desde o dia que se conheceram não se conversavam. Se falavam, era corriqueiro um “Oi”, um “Adeus”, um “até mais tarde”, “Que horas você volta para o janta?”.

Obviamente não ficavam apenas nisso, mas nunca havia uma conversa profunda nos 19 anos que estavam juntos (2 de namoro, 1 de noivado e 16 de casamento). Discutiam sobre as coisas comuns do dia, sobre a escola das crianças, escolhiam viagens, o final de semana. Palavras como “te amo” aconteciam no meio e depois do amor, no fim de cada ligação e quando ele ia trabalhar.

Eles sabiam que se amavam, sabiam em cada dia que assistiam TV, abraçados (todos os dias assistiam a novela abraçados, apesar de ele odiar novela, porém em contrapartida, adorava o abraço dela e a novela já era comum e já tinha se acostumado).

Ele era feliz. Ela não falava muito, nunca, nem com suas amigas. Não existiam discussões de relações, apenas falavam o necessário. Ele já falava o dia inteiro, diretor de marketing, tinha que convencer, motivar, vender e falar, talvez por isso ela era perfeita, já que a noite podia tranquilamente descansar sua voz e o seu pensamento.

Ela era feliz. Ele era carinhoso, romântico e bem sucedido, tinha lhe dado dois filhos, realizando o seu sonho de ser mãe, ele tinha lhe dado tudo o que precisava.

Assim ele virou e disse: “Semana que vem é nosso aniversário”. Ela “Sim”. Ele “O que vamos fazer?”. Ela “Quero jantar fora, naquele novo restaurante”... “Perfeito, vou marcar”.

Assim foram dormir.

2010/05/09

Um Nome ou Um Número

Quantas vezes você assistiu um filme, um documentário, uma série, leu um livro, uma entrevista, e ao fim percebeu quão insignificantes você é para humanidade. Não é questão de ser conhecido, famoso ou reconhecido, mas questão do quanto você contribuiu para a humanidade, o papel que você desempenhou até agora na sua vida e quanto você fez para que a vida fosse melhor.

Quantos livros você escreveu? Quantas teorias você desenvolveu? Quantos objetos você inventou? Quantas vidas você já salvou? Quantas idéias revolucionárias ou pelo menos inteligentes você teve?

As coisas hoje são tão mais fáceis. Os gregos escreviam livros de 100 de folhas, em papiros a mão, mesmo com todas as adversidades eles trabalhavam, calculavam, inventavam. Foram capazes de medir a circunferência da terra com paus e passos. Nossa geração tem mais acesso ao conhecimento, mais ferramentas de desenvolvimento, mas saúde e condições do que qualquer outra parte da historia, mesmo assim quanto de tudo isso estamos usando para algo que seja realmente significante?

Pense, Newton, Mozart, Luter King, Einstein, Colombo, Michelangelo, Hendrix, Moises, Copernico, Asimov, Drumond, Michel Jason, Spielberg, Santos Dumunt, Steve Jobs, Ford, Freud e uma infinidade de pessoas que de alguma forma contribuíram com a humanidade, que mudaram a vida do nosso planeta, todos eles eram incansáveis, esforçados, amantes do conhecimento e da descoberta, curiosos e trabalhadores.

E nós, o que estamos fazendo por nós mesmos e pela humanidade? O que estamos criando de novo? Seremos só um numero ou um nome dentre nossa geração? Seremos alguém ou apenas um?

Que estamos fazendo para isso? Será que ao invés de ficar batendo papo no MSN ou assistindo novela não poderia estar pensando, lendo, desenvolvendo? Não estou dizendo que não temos que nos divertir, distrair ou descontrair, o que eu estou preocupado é no que você e eu estamos fazendo das nossas vidas, o que estamos construindo, quanto estamos contribuindo, quanto estamos gastando de tempo em algo de real importância não alguma rotina comum e fútil.

Eu tenho a sensação de que eu estou desperdiçando minha vida com futilidades, que eu poderia fazer e ser muito mais, como se eu tivesse enterrando um talento, por isso vamos colocar em mente que a cada dia que levantarmos vamos resolver um problema, pensar em alguma coisa que não foi pensada, criar alguma coisa que não existe e ajudar ao próximo, para que nossas vidas tenham um pouco mais de valor sobre a terra.