2011/01/23

Lembranças

Havia um telão, com Chico Buarque tocando no fundo, colocaram uma daquelas músicas em que o Chico compõe no feminino, ele sempre ficou intrigado em como o Chico conseguia uma profundidade e um sentimento tão feminino sendo ele homem, isso o espantava, por isso escolheram aquela musica para acompanhar as fotos e pequenos vídeos que tinha deixado. Lembraram que anos a trás ele tinha feito esse tipo de vídeo vida, mas para homenagens diferentes como casamentos e aniversários de anos de casamento.

Todas as fotos que passavam eram fotos que tinha encontrado em seu notebook, provavelmente as que ele gostava mais, mas ao meio colocaram algumas encontradas em suas redes sociais, abandonas á meses, parecia que nesses últimos meses tinha desistido do mundo virtual mesmo, seria isso um sinal? Alguns comentavam, já que ele passava horas em seu comunicador instantâneo, e nunca mais entrou, essas foram algumas teorias, os mais sóbrios contra argumentavam que ele tinha parado pois tinha se dedicado em terminar os seus trabalhos, que agora ficariam na metade, o seu livro e o sua tese.

Depois pegaram um daqueles textos ilógicos com nomes enormes que deixara em seu blog, e leram, alguns riram, outros não entenderam nada, isso acontecia sempre, muitas vezes não entendiam, mas os mais sagazes e mais próximos tinham uma compreensão do que queria dizer, ou apenas do que não queria dizer.

Por fim alguém cantou aquela musica que tinha escrito na oitava serie. Era sua predileta, talvez a obra prima, dizia ele que ainda escreveria sua obra prima, muitas vezes perseguiu, passou horas em claro tentando escrever, mas sempre qndo terminava cantava a si mesmo, lendo os guardanapos de papel rabiscado com sua em fim “obra prima”, ai a comparava as métricas dos Caetanos, Chicos, Gilbertos, Lirinhas, Zecas e Fernados, e via que ainda faltava muito para sua obra prima fosse exprimida.

Estavam presentes os seus amigos, seus familiares, seus colegas. Celebrando aquele que não estava junto deles.

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