2008/02/10

Dar-lhe um Nome

O maior problema de um cronista com sua crônica é dar-lhe um nome. Acreditava-se antes que era escolher o tema, ou ainda discorrer de forma precisa e coesa, argumentativa, prazerosa e cômica, nada, tudo vãs suposições, pois é da natureza do escritor tudo isso, ainda que o tema traga algum grau de dificuldade, mais isso porque de forma implícita está totalmente correlacionado ainda ao problema da nomenclatura.

Calculem comigo. Quão grande é o problema de dar nome a um filho seu por nascer? João, Maria, José, algo que de significado e que seja como uma marca registrada, reconhecido e associado às virtudes e qualidades da criatura que o recebeu. Não é verdade? Quando você pensa em tal Henrique ou o senhor Jessé, vem-lhe a cabeça a figura, a voz, a fisionomia, os defeitos, as virtudes de tal nome.

Agora suponha que você tenha um, dois ou mais filhos ... por dia... ai está... cada palavra fecundada, cada linha gerada e texto concebido é um filho, que tem suas características, peculiaridades, e que por seu nome tem de ser lembrado como tal. Agora isso, é um problema gigantesco ao cronista, ao escritor e ao poeta.

Se bem que existem exceções, já vi alguns textos sendo desenvolvidos depois de seu nome e com base nesse, isso pode ser percebido facilmente, nota-se isso quando já no primeiro ou nos parágrafos logo adjacentes o título da obra aparecendo de forma completa e explicita, e esse artigo é um exemplo nítido disso.

Outros resolvem esse problema de uma forma “simples”, extraindo da crônica uma palavra ou frase de mais importância, que revele mais sobre o tema, da mesma forma como um pai dá nome a sua filha devido à qualidade mais visível, como Branca, Esperança, Flor, Linda, etc. Ainda assim, é uma tarefa um tanto difícil, pois em meio a centenas de palavras e frases, como escolher a com mais relevância?

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