2009/04/18

Raimunda

Ela chegava num carro branco, sufilmado, que não deixa que os outros vissem quem a trazia, informação que só suas duas amigas(a cobradora do ônibus, e uma loira, alta e grande em medidas, mas que tinha vestígios de homem, justamente por ser tão grande, o que fazia que ela fosse as vezes confundida por um travesti) tinham. Quando essas não estavam no ponto para a habitual fofoca antes da partida do ônibus, ela fazia questão de desfilar o seu belíssimo corpo coberto por mínimas e provocantes roupas escolhidas estrategicamente todos os dias.

Esse ato fazia com que todos que estavam ali parados desviassem sua atenção e olhassem para ela, o que proporcionava-lhe um prazer incrível, inflamando seu ego e sua alto estima, dando-lhe a sensação que tinha valido a pena todo o sacrifício para esculturar o seu corpo(isso porque tinha traços feios de rosto, apesar de toda aquela maquiagem, e diferente de outras meninas que adotam a estratégia de investir nos seus estudos e inteligência, ou na sua simpatia, ela preferiu malhar seu corpo).

Ele que pegava o mesmo ônibus que ela todos os dias, depois de também ter observado de com água na boca aquela mulher mais que gostosa desfilando, agora observava o contraste dos faróis altos dos carros na cidade escura contra as suas retinas, e sem ter noção nenhuma no que passava na cabeça dela, se perguntava se ela não se sentia um pedaço grande e suculento de carne!!

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