2007/07/24

O Senhor de Barbas Brancas

Os ponteiros não andavam, eu já me perguntava se os segundos haviam sido trocados pelos minutos no relógio por algum sacana sarrista. Sabia porém que essa minha suposição era vil, ignorante e ingênua, o saca sarrista era na verdade o Tempo. Refleti mais um pouco e cheguei a conclusão que esse senhor de barbas brancas, não era sacana sarrista, mas sim um preguiçoso. Havia acordado com sono e seus movimentos estavam letárgicos, sonsos e moles. Tinha reparado que esse senhor era teimoso também, adorava uma pirraça. Quando era pra enrolar, demorar em sua caminhada, parecia que ganhava força dos bons momentos que agora eram, e se apressava. Talvez fosse ciúmes, não queria que vê-los por uma grande duração. Já quando era pra se apressar, fazia greve, manha, birra, emperrava e andava a passos de uma princezinha infanto ou de uma senhora com artrose. Tinha amigos colaboradores também. O Sinal, que se fechava a cada esquina, um moleque traquina, que escondia com magistrado as coisas, em sua especialidade as carteiras e chaves, esses ajudavam o senhor Tempo nesses momentos difíceis em que ele corria ao invés de dormir. O Tédio, os Sons Irritantes e uma certa Dor nas Costa ou de Cabeça, por sua vez eram seus companheiros em tempo de greve, que por sinal o acompanhavam hoje, onde mais uma vez esse senhor de barbas brancas de morava na sua caminhada.

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